O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta sexta-feira (17) que Jair Bolsonaro estaria ligado à controvérsia em torno da norma que previa o monitoramento de transações via Pix, anunciada e posteriormente revogada pela Receita Federal.
Em entrevista à CNN, Haddad associou Bolsonaro e o Partido Liberal (PL) à produção de vídeos contrários à medida. Ele destacou que o deputado Nikolas Ferreira teria sido financiado pelo PL para liderar a campanha de críticas, e mencionou que o ex-presidente mantém atritos com a Receita devido a investigações envolvendo sua família.
Haddad ressaltou que a Receita Federal desempenhou papel central em investigações sobre a família Bolsonaro, incluindo o caso das joias sauditas, o esquema das rachadinhas e a aquisição de mais de 100 imóveis sem comprovação de renda. “A Receita abriu diversas apurações sobre a família Bolsonaro, o que explica a insatisfação do ex-presidente com o órgão”, declarou.
O ministro também observou que a reação contrária ao monitoramento do Pix buscou desviar o foco de questões administrativas e de investigações em andamento.
Após a forte repercussão negativa, a Receita Federal anunciou, na última quarta-feira (15), a suspensão do ato normativo relacionado ao Pix.
Haddad aproveitou para criticar o senador Flávio Bolsonaro, lembrando de seu envolvimento no caso das rachadinhas, arquivado em 2022.
Para Haddad, a campanha contrária à norma foi conduzida de forma coordenada para enfraquecer a Receita e proteger interesses ligados ao ex-presidente e sua base política.