Após a controversa reeleição do presidente russo, Vladimir Putin, em março, marcada por alegações de fraude, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva optou por manter em sigilo uma carta enviada a Putin.
Conforme relato do Estadão, a decisão de classificar a correspondência como pessoal se baseou na justificativa de proteção à “vida privada e à intimidade” do brasileiro.
Enquanto isso, Celso Amorim, assessor especial da Presidência e atuando como chanceler, participou de um encontro do Conselho de Segurança Russo em São Petersburgo, que teve a presença de Putin por videoconferência.
O evento contou apenas com países aliados à Rússia. Durante o encontro, Amorim expressou preocupações sobre diversos temas, incluindo terrorismo, violações do direito internacional, uso de armas proibidas, sanções unilaterais e o uso crescente de tecnologias para fins ilícitos.
Críticos, como o embaixador Paulo Roberto de Almeida, apontaram contradições nas declarações de Amorim. Enquanto condenava as sanções unilaterais e manifestava-se contra alianças militares, ele apoiava o governo de Putin, conhecido por violar o direito internacional com a invasão da Ucrânia em 2022.
Almeida destacou que a Rússia não precisou de alianças para iniciar a guerra e criticou a aparente omissão de Amorim sobre esse ponto, sugerindo que suas observações poderiam indiretamente referir-se à Otan.
Esse episódio ressalta o delicado equilíbrio da política externa brasileira e levanta questões sobre a posição do Brasil no cenário global, especialmente em relação aos conflitos internacionais e suas implicações diplomáticas.