Em meio a uma atmosfera de crescente tensão, fontes próximas às altas esferas das Forças Armadas expressaram significativa insatisfação em relação à condução das investigações sobre a tentativa de golpe de estado pela Polícia Federal.
Conforme relatos do site O Antagonista, essas fontes destacaram uma preocupação específica acerca dos desdobramentos do inquérito que está examinando as ações do ex-presidente Jair Bolsonaro, ex-membros de seu governo e integrantes das Forças Armadas.
A exibição na mídia do envolvimento de militares nas investigações tem sido apontada como uma fonte de desconforto, levantando a possibilidade de prejudicar a imagem das Forças Armadas perante a opinião pública.
A falta de acesso ao conteúdo completo das investigações, mantidas sob sigilo, representa um obstáculo para uma resposta adequada por parte dos militares ou para a formulação de uma posição institucional, dada a impossibilidade de uma defesa fundamentada.
A situação é agravada pela prisão preventiva de alguns militares, intensificando a pressão interna por explicações claras e convincentes por parte do comando das Forças, especialmente considerando que os acusados ainda não foram julgados.
Dentre os detidos, destacam-se o coronel Bernardo Romão Correia Neto, acusado de organizar atos golpistas; o major Rafael Martins de Oliveira, vinculado ao financiamento de viagens de manifestantes a Brasília; e o coronel Marcelo Costa Câmara, assessor próximo do ex-presidente e suspeito de envolvimento no suposto ‘complô’.
As Forças Armadas argumentam que qualquer processo interno de punição deve aguardar o acesso integral às informações da investigação, enfatizando a necessidade de prevenir injustiças.
Essa posição tem sido interpretada por alguns setores externos ao meio militar como um indício de protecionismo institucional.