Marta Suplicy anunciou oficialmente sua renúncia ao cargo de secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo após uma reunião com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) no final da tarde de terça-feira (9/1).
Sua decisão é um reflexo do seu realinhamento político, agora voltando ao Partido dos Trabalhadores (PT) com a intenção de concorrer como vice na chapa liderada por Guilherme Boulos (PSol), um opositor direto de Nunes. O encontro, que durou cerca de duas horas na sede da Prefeitura e teve a presença do empresário Márcio Toledo, marido de Marta, e Edson Aparecido, secretário de Governo, resultou no consenso mútuo sobre a decisão.
Marta detalhou suas conquistas à frente da secretaria desde 2021 em uma carta datada de quarta-feira (10/1), destacando a mudança no cenário político atual e afirmando: “Seguirei caminhos coerentes com minha trajetória, princípios e valores”. De acordo com fontes próximas, o apoio de Jair Bolsonaro (PL) à campanha de Nunes foi um dos fatores decisivos para a saída de Marta da Prefeitura. Nunes, por sua vez, declarou que o propósito da reunião era esclarecer informações veiculadas pela imprensa.
A notícia do acordo de Marta com o PT chegou a Nunes por meio da imprensa, após seu encontro com Lula em Brasília na segunda-feira (8/1), levando-o a preparar uma carta de demissão para a reunião de terça-feira, alegando “quebra de confiança” e “traição” por parte de Marta.
Marta ocupava o cargo desde 2021, tendo sido convidada pelo então prefeito Bruno Covas (PSDB), desempenhando um papel crucial como conselheira para Nunes e participando ativamente de reuniões estratégicas. Sua reaproximação com o PT e Lula ocorreu durante o mandato de Bolsonaro, apesar de ter deixado o partido em 2015 e transitado por outras legendas, incluindo o MDB e o Solidariedade.
A mudança para o PT, articulada por Lula, representa um novo capítulo na trajetória política de Marta, que declinou uma oferta do PL para ser vice de Nunes, mostrando-se em oposição ao ex-presidente Bolsonaro.