Estudantes matriculados em cursos privados apoiados pelo Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) estão enfrentando sérios desafios financeiros, resultando em altos níveis de endividamento e, em muitos casos, interrupção de seus estudos devido aos aumentos substanciais nas mensalidades.

O Ministério da Educação emitiu uma declaração reconhecendo que não há uma data definida para a divulgação de novas diretrizes que poderiam aliviar essa situação. A crise do Fies se intensificou durante a gestão de Michel Temer, quando o financiamento integral foi encerrado e um limite para a contribuição do governo nas mensalidades foi estabelecido.

Grupos estudantis, incluindo líderes como Estéfane Nascimento, estudante de medicina com 27 anos, têm se mobilizado sob o movimento “Fies Sem Teto”. Eles argumentam que os aumentos anuais nas mensalidades das universidades privadas superam a inflação, tornando imprevisível a parcela que os estudantes precisam pagar, especialmente em cursos como medicina.

Apesar do anúncio do aumento do teto do Fies para medicina pelo ministro da Educação, Camilo Santana, relatos de estudantes sugerem que os aumentos nas mensalidades tornaram essa medida pouco eficaz. Por exemplo, uma estudante viu sua parcela subir para R$ 3.000 mensais em 2022, com um reajuste projetado de 12% para o próximo período.

Em março de 2023, o Ministério da Educação formou um grupo de trabalho para reformular o Fies, porém, ainda não apresentou um esboço das mudanças propostas. O ministério não forneceu informações sobre o retorno do financiamento integral, uma nova política de parcelamento compartilhado ou um período de carência para dívidas recentes quando questionado.

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