Magda Chambriard, indicada por Lula para liderar a Petrobras, foi envolvida em um escândalo em 2013, quando estava à frente da Agência Nacional de Petróleo (ANP).
Na época, ela anulou uma multa aplicada à OGX, empresa de Eike Batista, alegando que o fiscal Pietro Mendes não possuía autoridade para autuar.
Essa decisão coincidiu com elogios públicos feitos por Chambriard à OGX, apesar das acusações de que a gestão de Batista estava manipulando balanços e enganando acionistas.
Em uma entrevista à Folha, Chambriard declarou: “A OGX já furou mais de cem poços… Gostaria de ter mais ‘Eikes’ nos leilões, ele pelo menos entrega produção.” Essas declarações ganharam contornos controversos quando, em 2020, Eike Batista foi condenado a oito anos de prisão por manipulação do mercado de capitais.
Ele, junto com outros dois ex-executivos da OGX, foi acusado de divulgar projeções infladas de produção de bilhões de barris de petróleo em três campos que sabiam ser inviáveis. Segundo a juíza Rosália Figueira, da 3ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, os poços, ainda em fase de perfuração, foram devolvidos à ANP “sem produzir sequer uma gota de óleo”. Além disso, havia alegações de que a ANP estava beneficiando petroleiras representadas por ex-diretores da agência, que atuavam como lobistas.
Um exemplo citado é Newton Monteiro, ex-diretor da ANP que trabalhava na OGX. Paralelamente, a relação entre Lula e Eike também foi questionada. Em 2013, a revista Veja publicou uma foto de Lula e Eike embarcando no jatinho do empresário após uma visita às obras do Porto do Açu, destacando que Lula teria iniciado uma operação para “ajudar o amigo a desatolar os investimentos no Açu”.
A reportagem sugeria que Lula estava agindo como um lobista. A nomeação de Chambriard é vista por alguns como uma continuação da prática de Lula de colocar aliados em cargos de poder, ecoando as estratégias utilizadas durante o escândalo do petrolão.