Um novo projeto concebido pela startup Beewise está dando nova vida às abelhas, à medida que a espécie diminui mais rapidamente e a taxa de mortalidade desses insetos aumenta em todo o mundo.

 

A empresa usou inteligência artificial (IA) de alta tecnologia para desenvolver uma colmeia robótica projetada para garantir a longevidade desses importantes polinizadores ambientais.

 

De acordo com Shlomki Frankin à AFP, um dos responsáveis pelo projeto, o chamado “Beehome”, faz de tudo, desde monitorar as abelhas até ajustar os habitats e cuidar delas. Com sede em Israel, o software é usado como um robô multifuncional que atualmente comporta até 24 colmeias com inúmeras abelhas. Em outras palavras, o robô é o babá da abelha, mas possui uma tecnologia tão avançada que pode entender as necessidades da espécie no momento em que surgem.

 

“Munido de sensores, o robô detecta o que está ocorrendo na colmeia. O software detecta o que as abelhas precisam, por causa da inteligência artificial”, informou Netaly Harari, diretora de operações da Beewise, completando que o software é capaz de dispensar de forma automática açúcar, água e remédios.

 

O robô também alerta os apicultores se algo der errado e eles podem resolver o problema por meio de um computador ou pessoalmente. O sistema, que funciona com energia solar, também tem temperatura ajustável e elimina possíveis pragas, mas, apesar da proeza técnica, Frankin ressalta que os robôs não devem substituir completamente os cuidadores e são mais uma ferramenta para os profissionais.

 

Além de desejar que as abelhas vivam mais, a Beehome deve conseguir extrair o mel por conta própria até o final de maio. Se isso acontecer, será “o primeiro mel do mundo feito com inteligência artificial”, disse Harari. Atualmente, cerca de 100 dessas colmeias de alta tecnologia já estão operando em Israel, com mais uma dúzia destinada aos Estados Unidos, segundo a Techxplore.

 

“Geralmente, um apicultor pode levar alguns meses para perceber o problema. Com o a ajuda do robô, o apicultor poderá tratar o problema em tempo real e diminuir a mortalidade das abelhas”, explicou a diretora do Centro de Pesquisa de Abelhas da Universidade Hebraica de Jerusalém, professora Sharoni Shafir.

 

Uma pesquisa de 2019 descobriu que uma em cada seis espécies de abelhas tornou-se regionalmente extinta em algum lugar do mundo, em grande parte devido ao uso de pesticidas e à perda de habitat. Shafir também destacou que “a redução dos campos de flores devido à construção reduz as fontes e a diversidade de alimentos das abelhas”.

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