Um relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) trouxe à tona disparidades nos preços dos testes de Covid-19 adquiridos pelo Ministério da Saúde.
De acordo com o documento, os testes comprados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) custaram aproximadamente oito vezes mais do que os valores praticados pelo setor privado, resultando em um prejuízo estimado de R$ 400 milhões para o governo federal.
Durante o período de aquisição, a Fiocruz era dirigida por Nísia Trindade, atual ministra da Saúde no Governo Lula. O TCU identificou irregularidades na interrupção de um processo licitatório em andamento e na subsequente contratação direta dos testes com a Fiocruz.
Segundo o relatório divulgado pelo Metrópoles, enquanto a licitação oferecia testes a R$ 2,49 cada, o Ministério da Saúde optou por comprá-los da Fiocruz por R$ 19,40 cada, um valor 679% acima do preço mais baixo ofertado. Além disso, o TCU tinha ordenado a suspensão do contrato com a Fiocruz, que permanece em vigor. No final do ano passado, o tribunal também solicitou que Nísia Trindade restituísse R$ 11 milhões aos cofres públicos por supostas irregularidades em um contrato da União com a Fiocruz durante sua gestão.
Em resposta, o Ministério da Saúde afirmou que a suspensão do processo licitatório na gestão anterior ocorreu devido à desqualificação das empresas concorrentes, levando à celebração de um acordo direto com a Fiocruz. No entanto, esse acordo foi suspenso pelo TCU.
O ministério também mencionou o recebimento de testes doados pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e a iminente publicação de um novo edital para a aquisição de testes.
